Nossos princípios

Nossos Princípios

Elementos que orientam as ações do Cursinho Livre da Sul – Arriba lxs que luchan! Nosso norte é A SUL):

Breve histórico: A ideia do cursinho surgiu pela necessidade de levantar as bases de nossa autonomia quando foi preciso ocupar nossas escolas para derrubar a reorganização escolar de 2015. Esta experiência nos levou a entender que não podemos esperar que alguém faça por nós. A partir do nosso acúmulo de experiências nas ocupações, construímos um processo coletivo em que xs estudantes e educadorxs pensem por elxs mesmxs e com isso aumentar nosso poder e capacidade de tomar as decisões.

  • Autonomia e autogestão:Nossa autonomia política depende de nossa autonomia financeira. Financiamos nós a nós mesmxs através das atividades e esforço coletivo dxs participantes. Não aceitamos verba do estado nem de qualquer iniciativa privada pois, como diz o ditado, “quem paga escolhe a música”, portanto não queremos esse tipo de relação onde “outros” podem escolher ou ditar nossas ações.
  • Autodisciplina(Aprender a aprender): A autodisciplina envolve comprometimento, vontade, tesão pela construção do conhecimento coletivo. A escola tradicional produz em nós corpos disciplinados para a obediência cega e a sujeição por meio de hierarquias de poder. Uma ESCOLA DE LUTA deve ter outros valores como a construção coletiva, solidariedade, disposição de luta e autodisciplina, já que no cursinho não vigora relações de mando e obediência. Por isso, precisamos de autodisciplina e humildade para aprender a aprender: Aprender que há inúmeras formas de fazer nossa educação, que todxs temos coisas para agregar e que os processos pedagógicos são construídos a partir de cada realidade social.
  • Horizontalidade: No Cursinho Livre da Sul respeitamos nossas diferenças. A construção pedagógica se dá na relação próxima entre educadorxs e educandxs, inclusive incentivamos que xs alunxs possam dar aulas juntxs com xs professorxs, diminuindo assim as fronteiras que xs separam. A horizontalidade também diz respeito ao fato de que todxs devemos participar igualmente na construção e tomadas de decisão por meio das assembleias que são nossa instância principal de decisão e discussão em que fazemos o planejamento coletivo de nossas aulas e ações. Nas assembleias todxs podemos opinar livremente e participar das deliberações, assim como comprometer-se pelas tarefas pelas quais ficar responsável.
  • Ação direta: Fazemos nós por nossas mãos. As ações táticas de ocupação das escolas em 2015 seguem nas veias do cursinho, no sentido de fazermos uma educação nossa que não seja pautada somente nas diretrizes educacionais do Estado. Embora não acreditemos nas instituições, sabemos que é preciso ocupar estes lugares e causar ruído para mudar as estruturas que permitem que somente os filhos dos ricos cheguem ao ensino superior. Nossas pedagogias priorizam nossos princípios e os conteúdos escolares cobrados nas provas para ingresso na universidade são estudados a partir da aplicação real dos conhecimentos em nosso cotidiano.
  • Anticapitalismo: O anticapitalismo em nosso contexto, expressa-se na convicção de que educação não é mercadoria e é justamente por não pautar nossas ações em relações monetárias que repudiamos o capitalismo, sistema esse que tende a tornar tudo comerciável. Também entendemos o capitalismo como sistema político e econômico que explora e domina as classes subalternas, desumanizando a todxs principalmente xs de baixo. Nossa educação, portanto, se dá por bases de solidariedade e apoio mútuo. Buscamos conhecer e experimentar outros modos de sobrevivência, por meio de horta comunitárias e a formação de cooperativas de trabalho.

maio de 2020

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